
O meus agradecimentos a todos aqueles que visitaram este blogue, bem como a quem me ajudou a construi-lo. Espero que tenha sido do agrado de todos!
Um abraço e até breve!
"D. Mirra é uma moura encantada, que "vive" numa gruta (ou mina) do maciço rochoso em que assenta a ermida de S. Leonardo. Durante o dia passeia-se, "invisivel", pelo matagal; à noite, recolhe-se na gruta, cuja entrada é guardada por dois dragões ("monstruosos lagartos". Que habitam, "escondidos", a montanha). Ser "desencantada", um dia, pelo homem jovem que ouse, ao bater da meia-noite, no gélido primeiro de Janeiro, enfrantar e matar os dragões. bela e prenhe de desejo, entregar-se-á em sôfrego acto de amor no silencio da noite e à luz do luar. "Quebrando" o encanto, a pequena gruta mostra-se como antecâmera de luxuoso palácio subterrâneo".
O Valentão que quizer desvendar estes encantos, terá de se revestir de grande coragem. À meia-noite em ponto apresentar-se-á no Monte de S. Leonardo e, enfrentará em luta franca, os ferozes e enormes dragões que, noite e dia, guardam a gruta que dá passagem para o fantástico palácio todo forrado a ouro onde habita a formozíssima donzela, a princesa D. Mirra. Vencendo, surgirá a bela e rica moura D. Mirra, metamorfoseada em descomunal cobra que, de frente o beijará. Nesse momento, não havendo medo, o encanto ficará quebrado. O Vencedor e herói ficará senhor de D. Mirra e adquirirá a grande riqueza que existe neste palácio de sonho.
Uma menina, numa bela tarde, andava a apanhar lenha na Fonte dos Mouros, que fica na encosta de S. Leonardo. A garota andava toda satisfeita a arranjar a lenha para levar para casa. De repente viu uma cobra enorme, com uma trança de cabelo que a cobria. Ao vê-la, teve medo, deu um grito e fugiu. Ouviu então uma voz: " Não temas... não te faço mal algum, sou D. Mirra encantada. Vai a casa; tua mãe está a cozer pão, pede-lhe um bolo e traz-mo. Não digas para quem é, nem que viste D. Mirra, porque não podes dizer nada a ninguem".
Em tempos antigos, houve um homem galafurense, que sonhou havia de desencantar D. Mirra. Para isso teria de ser corajoso, não ter medo. teria de estar à meia noite - noite em ponto numa encruzilhada que fica perto do Monte de S. Leonardo e, aí lhe apareceria um cavalo branco que o conduziria ao local do encanto. Então o valente homem, certa noite, foi à dita encruzilhada e, aí esperou o celebre encontro. Ao dar da meia noite apareceu o tal cavalo branco, mas ao reparar que este só tinha três patas, o homem temeu e, não ousou montá-lo. Ouviu então uma voz: " Vinhas tão animado e tinhas tanta coragem e tens medo?" O pobre homem sucumbindo, respondeu: Agora temi, mas para a outra vez pode ser que não tema tanto.
